Plínio Lemos Jorge, presidente da Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL), acredita que os operadores legais podem acabar saindo do Brasil se o mercado ilegal não for efetivamente combatido.
Na semana passada, Regis Dudena, líder da Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) do Brasil, revelou que 71 operadoras tiveram seus pedidos de licença aprovados. Já 16 empresas de apostas pagaram a taxa de concessão de R$ 30 milhões (£ 3,9 milhões/€ 4,7 milhões/$ 4,9 milhões).
O mercado authorized deverá ser lançado em 1º de janeiro de 2025, mas com an information de entrada em operação agora a pouco mais de duas semanas, a ameaça de operadores ilegais ainda persiste.
A concorrência ilegal poderia forçar a saída dos licenciados?
A ANJL revelou anteriormente que mais de 2.000 websites ilegais ainda operam no Brasil. Carlos Baigorri, presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), alertou que suas tentativas de bloquear essas operadoras são como “limpar gelo”.
Se o Brasil não encontrar uma forma mais eficaz de reprimir o mercado negro, Lemos Jorge sente que os operadores legais podem virar as costas à oferta de apostas no Brasil. Isso aumentaria os concorrentes ilegais, alertou.
“Esse risco existe se o mercado ilegal não for combatido de forma eficaz”, disse Lemos Jorge ao UOL Apostas. “Se os investidores avaliarem que o cenário do mercado não é favorável aos retornos esperados, quem já está aqui certamente poderá sair do país.”
O aumento de operadores ilegais pode ter consequências extremamente prejudiciais no que diz respeito à protecção dos jogadores.
“Os websites ilegais impactam negativamente a indústria e a própria sociedade de diversas maneiras”, explica Lemos Jorge. “A principal delas é a concorrência predatória e desleal, uma vez que essas plataformas não arrecadarão impostos nem terão os custos inerentes a toda a estrutura necessária para instalação e operação no Brasil.
“Além disso, são empresas que desejam permanecer na clandestinidade, sem qualquer preocupação com o bem-estar e a saúde dos apostadores ou com a proteção de crianças e adolescentes.”
Que medidas poderiam ser tomadas no Brasil?
O presidente da Anatel, Baigorri, pediu que a agência recebesse maiores poderes para ajudar em seus esforços de bloqueio de websites. Na semana passada assinou um acordo de cooperação com a SPA para reforçar a sua colaboração.
A ANJL e a Anatel se reuniram na semana passada para discutir novas medidas que poderiam ser tomadas. Essas sugestões devem ser divulgadas nas próximas semanas.
Na opinião de Lemos Jorge, a Anatel necessita de mais poder para tornar mais eficazes as suas tentativas de bloqueio, afirmando: “Será necessário dar à Anatel maior autonomia para bloquear. Essa autonomia deveria vir através de uma lei específica.
“Com a maior autonomia da Anatel, o processo de bloqueio será muito mais rápido. Assim que o web site ilegal for detectado e a Anatel tiver conhecimento, o bloqueio será realizado, evitando assim que o web site tenha vida longa e trigger prejuízo aos apostadores.”
Bloqueio de pagamento uma alternativa promissora
Com a Anatel lutando para garantir que todos os websites ilegais sejam removidos, o bloqueio de pagamentos tem sido destacado por alguns na indústria como uma medida mais eficaz para combater o mercado negro.
O CCO da Aposta Ganha, Hugo Baungartner, disse anteriormente ao iGB que a “única maneira” de bloquear operadores ilegais period através do bloqueio de pagamentos, com a remoção de websites ineficaz, já que domínios não licenciados aparecem quase tão rapidamente quanto são removidos.
Pix é um sistema de pagamento instantâneo regulamentado pelo Banco Central, amplamente adotado pela indústria de jogos de azar brasileira devido à sua capacidade de facilitar transações em menos de 10 segundos.
De acordo com as novas regulamentações de apostas no Brasil, os pagamentos feitos by way of Pix para operadoras não licenciadas serão bloqueados.
Lemos Jorge concorda que o bloqueio de pagamentos será uma parte basic da estratégia do governo para combater as empresas ilegais.
“É da maior importância combater os métodos de pagamento que permitem o funcionamento dos websites ilegais”, acrescentou Lemos Jorge.
“Eles também devem fazer parte dessa luta, pois, de acordo com a legislação, qualquer instituição financeira que aceitar operar transferências para plataformas ilegais, não autorizadas pelo governo federal a operar no Brasil, também estará cometendo uma ilegalidade.”
Lemos Jorge ainda acredita nas apostas do Brasil
Apesar das contínuas preocupações dos operadores ilegais, Lemos Jorge continua confiante de que os regulamentos estabelecidos pelo SPA garantirão um ambiente seguro para apostas no Brasil.
“O marco regulatório aprovado pelo congresso nacional por meio da Lei 14.790/2023 e detalhado pela SPA, por meio da publicação de diversas portarias, é um dos mais rigorosos e completos do mundo”, disse Lemos Jorge. “Este é um consenso dentro da própria indústria.
“No entanto, é necessário um sistema de supervisão forte que funcione na prática. Estamos confiantes de que o Brasil conseguirá isso por meio da ação de diversos stakeholders, tanto do governo quanto do setor privado. Este esforço conjunto será essencial para acabar com as atividades de apostas ilegais, ou pelo menos reduzi-las tanto quanto possível.”