ANJL revela que 2.000 websites ilegais ainda operam no Brasil. Isso segue o alerta do presidente do órgão regulador de telecomunicações (Anatel), Carlos Baigorri, de que bloquear websites de apostas ilegais é uma medida ineficiente.
No início desta semana, o chefe da Anatel, Baigorri, alertou que estava lutando para bloquear suficientemente todos os websites de apostas ilegais que o regulador de jogos de azar, a Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA), considerou ilegais antes do lançamento do mercado de apostas licenciado em 1º de janeiro de 2025.
O SPA enviou detalhes de mais de 5.200 domínios pertencentes a websites de apostas ilegais à Anatel em novembro, na tentativa de reprimir o mercado ilegal. O regulador foi encarregado de garantir que esses domínios fossem retirados, mas Baigorri comparou esta semana os esforços da Anatel a “limpar o gelo”, admitindo que a agência não tem capacidade para bloquear todos os websites ilegais.
A ANJL apoia os sentimentos de Baigorri, apelando ao “bloqueio urgente” para fazer face ao “cenário alarmante de proliferação” de websites ilegais.
É amplamente conhecido no setor que as operações ilegais são rápidas em contornar os esforços de bloqueio de IP, lançando websites espelho para direcionar os pagadores quando um domínio é removido.
Mais de 2.000 domínios ilegais ainda estão operacionais no Brasil, disse a ANJL, com base em conversas que teve com seus parceiros operadores nos últimos dias.
O presidente da associação, Plínio Lemos Jorge, apela a uma resposta robusta ao bloqueio de IP, para proteger tanto os operadores licenciados como os jogadores.
“Os websites de apostas sérios e legais não conseguirão resistir à concorrência dos websites ilegais”, explicou Lemos Jorge.
“Precisamos separar o joio do trigo e isso só acontecerá com um duro combate aos websites ilegais, que têm prejudicado a sociedade e manchado a imagem e a reputação dos websites de apostas legais.”
Apostas ilegais são a principal preocupação das operadoras no Brasil
Baigorri pediu que a Anatel recebesse poderes legais adicionais para aumentar sua capacidade de fazer cumprir efetivamente as ordens de bloqueio.
A Anatel disse que só consegue monitorar efetivamente as maiores empresas, que representam 80% a 90% do mercado. A agência está solicitando aproximadamente R$ 7,5 milhões (£ 1 milhão/€ 1,2 milhão/US$ 1,3 milhão) em financiamento para investir em tecnologia que aumentaria sua cobertura.
A ANJL acredita que os operadores ilegais são o maior desafio da indústria antes do lançamento do mercado licenciado em 1 de janeiro de 2025.
“A operação continuada de websites ilegais – que utilizam publicidade enganosa, não arrecadam impostos e não fornecem qualquer suporte ou segurança aos apostadores – carrega consigo o perigoso potencial de enfraquecer todo o ambiente regulamentado e posicionar o Brasil como um pária no mercado international de apostas. mercado”, acrescentou a ANJL.
Em entrevista ao iGB em 27 de novembro, o CCO da Aposta Ganha, Hugo Baungartner, sugeriu que o bloqueio de pagamentos poderia ser a melhor maneira de combater operadores ilegais no Brasil.
O governo já anunciou que os pagamentos feitos à operadora ilegal Pix serão bloqueados. O Pix, um serviço de pagamento instantâneo administrado pelo Banco Central do Brasil, é amplamente utilizado na indústria de jogos de azar do país.
“Acho que a única maneira de fazer isso é por meio de métodos de pagamento, por meio do Pix”, disse Baungartner.
“Se eles realmente seguirem as pistas sobre quem está operando ilegalmente e fornecendo Pix, só assim [to counter illegal sites] porque bloquear IPs ou URLs não tem nenhum efeito actual a longo prazo.”