A Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL) reiterou sua dedicação em garantir um mercado seguro de apostas legais no Brasil em resposta à pressão do setor varejista do país.
No dia 19 de Setembro, cerca de 15 entidades dos sectores retalhista e industrial assinaram um manifesto – denominado ‘Proposta para a Nação’ – cobrindo o jogo on-line. Uma semana depois, na quinta-feira (26 de setembro), a ANJL e o Instituto Brasileiro de Jogos Legais (IJL) compartilharam sua resposta com o iGB. Os grupos afirmam estar comprometidos com um mercado seguro e regulamentado no Brasil.
Entre as propostas incluídas no manifesto estão a promoção dos riscos associados ao jogo, bem como a regulação da publicidade. Solicita também que seja antecipada a proibição da utilização de cartões de crédito. A proibição atual só deverá entrar em vigor quando o mercado authorized entrar em operação, em 1º de janeiro de 2025.
Além disso, o manifesto apela às empresas de apostas para ajudar os jogadores problemáticos a obter tratamento. Sugere também a revisão do imposto de 12% sobre a receita bruta do jogo (GGR) previsto na Lei 14.790/2023, que legalizou os jogos on-line. Os redatores do manifesto pretendem torná-lo “mais oneroso” para os apostadores e as empresas de jogos de azar.
Falta pouco mais de três meses para o lançamento do mercado jurídico.
“A ANJL e o IJL concordam plenamente que uma regulamentação adequada é elementary para proteger os consumidores e evitar qualquer impacto negativo na sociedade, especialmente os mais vulneráveis”, diz a carta.
“Eles também concordam que a regulamentação deve criar um ambiente estável e harmonioso entre o setor de apostas de quota fixa e os demais setores da economia brasileira, abrangendo obviamente os setores de varejo e consumo.”
Pressão crescente sobre o setor de jogos de azar no Brasil
O setor de jogos de azar do Brasil tem sido criticado nas últimas semanas por seu impacto percebido em outros setores, especialmente no varejo.
A ANJL já reagiu após polêmico estudo da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC). O estudo afirma que 23% daqueles que dedicam parte do seu salário a apostas todos os meses deixaram de comprar roupas. Além disso, revelou que 11% reduziram os gastos com saúde e medicamentos.
Em resposta, a ANJL apontou dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística que, em vez disso, mostraram que as despesas de consumo das famílias no país aumentaram 1,3% no segundo trimestre em relação ao trimestre anterior, com um aumento anual de 4,9%.
Outro tema quente é o jogo ilegal. Dados recentes da Yield Sec afirmam que as operadoras onshore podem representar 9% do mercado complete de jogos de azar on-line do Brasil.
Os legisladores brasileiros assinaram pela primeira vez a legislação para permitir as apostas em lei em 2018. Demorou até dezembro de 2023 para a Câmara dos Deputados dar luz verde ultimate para regulamentar os jogos de azar. Na opinião da ANJL e do IJL, este atraso deu origem ao mercado negro.
“É preciso ressaltar, inicialmente, que os problemas enfrentados por todos os segmentos, inclusive as apostas fixas, se devem à ausência de regulamentação há mais de cinco anos, o que possibilitou o surgimento de centenas de websites ilegais”, diz a carta. continuou.
O discurso sobre a publicidade
Outro ponto de discórdia tem sido a publicidade. Neste tema, a ANJL tem atuado no incentivo à responsabilização dos operadores.
No início de setembro, o presidente da ANJL, Plínio Lemos Jorge, aconselhou os operadores jurídicos a serem cautelosos. Ele disse que deveriam usar publicidade clara, ajudando a canalizar os apostadores para o mercado onshore.
A Portaria Normativa nº 1.231, publicada em julho, limitou a publicidade dos influenciadores e determinou que as operadoras “agissem com diligência” em seu advertising.
O manifesto ‘Proposta para a Nação’ pedia mais regulamentação sobre comunicação publicitária, patrocínios e outras formas de incentivo às apostas.
Uma pesquisa realizada pelo especialista em pesquisa de mercado Hibou descobriu que 66% dos entrevistados disseram que apostar para obter ganhos financeiros period sua motivação. A ANJL e a IJL responderam dizendo que as apostas deveriam ser anunciadas como entretenimento, não como uma forma de ganhar dinheiro.
“A ANJL e o IJL repudiam qualquer forma de divulgação, publicidade ou incentivo ao endividamento ou ao jogo irresponsável, que induza comportamento compulsivo.”
ANJL apela à colaboração
Um tema chave da carta da ANJL e do IJL é o desejo comum de colaboração. Os grupos escreveram que todos os setores no Brasil devem trabalhar juntos para garantir uma transição suave para as apostas legais.
Os dois órgãos solicitaram a realização de uma reunião intersetorial para esclarecer dúvidas e preocupações. Os grupos disseram estar abertos à “colaboração e ao diálogo construtivo com o poder público e, principalmente, com o governo federal, bem como com outros setores da economia e da sociedade brasileira.
“A associação e o instituto reiteram a sua disponibilidade para dialogar e colaborar com todos os intervenientes, com o objetivo de construir um mercado seguro e devidamente regulamentado, garantindo a proteção do consumidor e combatendo práticas nocivas.”
Apesar da pressão recente, a ANJL e a IJL afirmam acreditar que as regulamentações criarão um ambiente seguro para os apostadores brasileiros.
“O Brasil está prestes a ter uma regulamentação robusta e responsável, que estará entre as melhores do mundo, a fim de coibir práticas abusivas e garantir que as apostas e jogos on-line se desenvolvam de forma sustentável e em benefício da sociedade como um todo.
“O setor está comprometido com campanhas de conscientização e com o desenvolvimento de ferramentas de proteção ao consumidor.”