A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados do Brasil aprovou um projeto de lei que busca tornar mais severas as penalidades para aqueles que manipularam jogos.
O projeto visa alterar a Lei Geral do Desporto do Brasil. Foi originalmente de autoria do deputado Bandeira de Mello antes do deputado Orlando Silva redigir uma versão revisada.
As penas atuais para os culpados de manipulação de resultados são uma pena de prisão de dois a seis anos, bem como multa. O projeto de lei substitutivo aumentaria essa penalidade de um terço para metade caso a pessoa envolvida atuasse como árbitro, jogador, treinador, apostador ou agente, bem como gerente, diretor ou representante de um clube esportivo.
Além disso, o projeto de lei alterado inclui uma pena de prisão de dois a seis anos para aqueles que solicitarem ou recrutarem pessoas como árbitros, atletas, treinadores ou diretores para cometerem manipulação.
A comissão de esportes já havia aprovado o projeto. O plenário da Câmara dos Deputados analisará agora o projeto. No entanto, terá que ser aprovado pelo Senado antes de ser transformado em lei.
Silva acredita que o projeto de lei alterado é necessário para tentar manter a integridade esportiva no Brasil.
“Infelizmente, a manipulação de resultados no desporto é um problema antigo”, disse Silva. “O que temos que fazer, portanto, é propor mudanças, sobretudo impondo sanções mais severas que as atuais.”
Loteria do Paraná reforça proibição de apostas de atletas
A Loteria do Estado do Paraná (Lottopar) publicou uma portaria proibindo de fazer apostas quem puder influenciar no resultado esportivo.
O artigo 24 da Portaria nº 67/2024 proíbe atletas que disputam competições organizadas pelo Sistema Nacional de Desportos do Brasil. Isto também se aplica a treinadores, árbitros e membros de conselhos administrativos desportivos de apostas.
Com o mercado authorized do Brasil previsto para ser lançado em janeiro de 2025, a Lottopar afirmou que estava seguindo as “melhores práticas internacionais” de outros países do mundo que têm mercados regulamentados há muito tempo e buscam erradicar a manipulação de resultados.
O Brasil tem problema de manipulação de resultados?
A próxima regulamentação das apostas esportivas no Brasil foi um tanto ofuscada pelos temores de manipulação contínua no esporte mais common do país, o futebol.
Uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) sobre apostas esportivas foi criada recentemente após uma tempestade que se seguiu a alegações do empresário americano John Textor, dono do Botafogo de Futebol e Regatas.
Textor acusou jogadores do São Paulo de manipulação de resultados em jogo contra o Palmeiras. Ele também alegou ter evidências de que um árbitro foi subornado. Em resposta, a dona do Palmeiras, Leila Pereira, pediu a suspensão de Textor caso não apresentasse provas. O presidente e senador da CPI, Jorge Kajuru, também disse que deveria ser totalmente expulso do Brasil se suas acusações não fossem consideradas verdadeiras.
No Relatório de Integridade de 2023 da Worldwide Betting Integrity Affiliation (IBIA), o Brasil ficou em terceiro lugar em notificações de apostas esportivas suspeitas, com 11. Todas foram produzidas por jogos de futebol.
No entanto, o gerente de parcerias de integridade da Sportradar para o Brasil, Felippe Marchetti, acredita que medidas como o lançamento da CPI e a evolução da tecnologia disponível estão ajudando a conter a manipulação no país.
“Até agora, temos boas notícias”, disse Marchetti ao iGB. “No primeiro semestre de 2024 houve uma redução de 60% no número de casos em relação ao ano passado. Esperamos que nosso trabalho e conscientização dos envolvidos contribuam para o crescimento desses números positivos.
“Os políticos estão mostrando que estão preocupados com o problema. Querem colaborar para proteger um dos patrimônios culturais do país, o futebol. Além disso, o aumento da visibilidade do tema e o aprofundamento das investigações tendem a afastar os manipuladores do país.”