Carlos Baigorri, presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) do Brasil, diz que a escala da tarefa de bloquear websites de jogos ilegais direcionados ao país é vasta e lançou dúvidas sobre sua capacidade de expulsar do mercado operadores não licenciados.
A Anatel foi incumbida de derrubar websites ilegais pela Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA). Até o momento o SPA enviou à agência três listas com mais de 5.200 domínios a serem bloqueados no Brasil.
Qualquer web site que não conste da lista de operadoras homologadas do SPA para o período de transição entre 1º de outubro e 31 de dezembro passa a ser considerado uma operadora ilegal no Brasil e passível de bloqueio pela Anatel.
Limpando gelo e batatas quentes
No entanto, Baigorri alertou que o grande quantity de websites de jogos ilegais significa que a Anatel não pode garantir que todos serão bloqueados. A autoridade precisa de mais poder authorized para aplicar efetivamente as ordens de bloqueio, disse ele.
“A Anatel não tem um botão vermelho que tire websites do ar”, continuou. “Notificamos todas as empresas de telecomunicações. São 20 mil, aproximadamente, porque estamos falando dos grandes, mas [also] esses pequeninos do inside do Brasil.
“Quando você fala de 3.000 websites em 20.000 redes, isso equivale a 60 milhões de cheques. Hoje não podemos garantir que o bloqueio esteja sendo realizado.
“Do jeito que está hoje, estamos apenas limpando o gelo e o bloqueio que temos é muito ineficaz”, explicou Baigorri à Folha. “Colocaram uma batata quente no meu colo e vou te contar, isso [limited ability to block sites] vai ser ruim para todo o governo.”
Por que a Anatel está lutando para bloquear websites ilegais?
Segundo Baigorri, a Anatel não possui tecnologia para encerrar efetivamente domínios ilegais. Os websites podem contornar os pedidos de bloqueio fazendo com que os provedores de sistema de nomes de domínio (DNS) atualizem o endereço IP, o que significa que eles voltam a ficar on-line.
Em última análise, embora possa monitorizar eficazmente as maiores empresas que representam 80% a 90% do mercado, o segmento mais pequeno é difícil de ser monitorizado pela Anatel, explicou.
Para aumentar suas capacidades, a Anatel precisa de cerca de R$ 7,5 milhões (£ 1 milhão/€ 1,2 milhão/US$ 1,3 milhão) para investir em tecnologia, disse Baigorri.
Sem este financiamento, Baigorri teme que a dificuldade contínua com o bloqueio de web sites esteja colocando os apostadores em risco. Ele também apelou a outras partes interessadas, como as empresas de pagamentos, para que intensifiquem os esforços para limitar o acesso a websites ilegais.
“Think about que você coloca dinheiro em um web site ilegal e no dia seguinte o web site está fora do ar”, disse Baigorri. “Mesmo que volte em duas horas, nessas duas horas seu dinheiro acabou. Não tenho como tirar o web site da realidade, mas vou torná-lo tão ruim que ninguém vai jogar.”
A proposta da Anatel para aumentar seus poderes
A Anatel enviou ao governo uma proposta de medida provisória para aumentar seu poder sobre as operadoras de DNS. Existem três estratégias que a Anatel pode usar para aprimorar sua capacidade de bloqueio de websites, segundo a Folha.
A primeira é que a Lei Geral de Telecomunicações seja alterada e dê à Anatel poderes adicionais para common, monitorar e sancionar websites da Web.
Além disso, a lei que regulamenta as apostas poderia ser alterada para garantir que os operadores de DNS cumpram as ordens de bloqueio do SPA. Finalmente, o Quadro dos Direitos Civis da Web também poderia ser alterado para permitir um bloqueio mais eficaz de websites.
“Há uma limitação na capacidade do Estado de tornar esse bloqueio eficaz”, disse Baigorri. “Se o Estado quiser ter algum poder para comandar o ambiente da Web, esses agentes também devem estar sujeitos ao controle estatal.”
“Eles não estão seguindo o livro de regulamentação”
Os comentários de Baigorri ocorrem em meio a uma batalha contínua sobre se as leis de apostas são inconstitucionais.
Uma audiência de dois dias no Supremo Tribunal Federal foi realizada no início deste mês depois que a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o terceiro maior sindicato do Brasil, entrou com uma ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) para julgar as leis de apostas inconstitucionais.
O relator da ADI, ministro Luis Fux, afirma que a constitucionalidade das leis será avaliada ao longo do primeiro semestre de 2025.
E embora Baigorri acredite que “não há como colocar o gênio de volta na garrafa”, ele também criticou as regulamentações de apostas no Brasil.
“Se você quiser seguir o livro de regulamentação, primeiro [you require] um comitê, não é apenas um cara sozinho”, destacou Baigorri. “Então, toda regra que você fizer tem que ter análise de impacto regulatório, consulta pública, discussão com os agentes.
“As pessoas decidiram regulamentar, mas não estão seguindo o handbook de regulamentação.”