José Francisco Manssur, ex-secretário especial do Ministério das Finanças do Brasil, alertou que a proibição das apostas on-line seria um retrocesso para o país.
Em 21 de outubro, o senador Sérgio Petecão propôs o Projeto de Lei 4.031/2024 para proibir as apostas on-line no Brasil por preocupações de que isso esteja gerando dívida fiscal e vício em jogos de azar.
O projeto de lei é o mais recente de uma série de iniciativas de políticos para restringir as apostas on-line no Brasil, que deve lançar seu mercado authorized em 1º de janeiro de 2025.
Manssur desempenhou um papel elementary na aprovação da legislação de apostas on-line no Brasil, antes de deixar o cargo de consultor em fevereiro deste ano, tornando-se posteriormente sócio do escritório de advocacia CSMV Advogados.
Com 269 empresas que até agora solicitaram uma licença de apostas antes do lançamento em janeiro, Manssur diz que há evidências claras de que a indústria apoia os regulamentos da Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) e os considera suficientes para proteger os jogadores.
Em um artigo de opinião para o Poder 360 datado de 30 de outubro, Manssur disse que a proibição das apostas significaria que anos de trabalho árduo na legalização seriam desperdiçados e correria o risco de prejudicar a reputação do Brasil globalmente.
“Proibir as apostas agora, mesmo antes de as empresas serem autorizadas ou emblem depois, e especialmente antes de os resultados práticos da regulamentação serem verificados, significaria que todo o processo implementado nos últimos dois anos teria sido em vão e todo o esforço e recursos de empresas interessadas em atuar no mercado regulamentado para se estabelecerem no Brasil teria sido absolutamente em vão”, explicou Manssur.
“Além disso, passaria a mensagem de que toda a política regulatória amplamente discutida entre o governo e o Congresso teria sido um grande ‘faz-de-conta’. Que imagem da segurança jurídica do Brasil seria transmitida ao mundo?”
A proibição das apostas no Brasil faria mais mal do que bem?
Outro dos pontos de Manssur relacionava-se com os impactos económicos e sociais da proibição das apostas desportivas no Brasil, incluindo a perda de empregos num mercado que a Associação Internacional de Integridade de Apostas prevê que poderá atingir 34 mil milhões de dólares (26,8 mil milhões de libras/31,1 mil milhões de euros) em quantity de negócios até 2028.
Manssur também alerta que a proibição não leva necessariamente a uma diminuição do consumo, apontando para a proibição do álcool nos Estados Unidos entre 1920 e 1933 e o consequente aumento do consumo “desenfreado”.
A actividade de apostas ilegais provavelmente aumentaria e levaria a uma perda de contribuições fiscais para o estado.
“A eficácia de uma simples proibição como forma de evitar que as pessoas se viciem em jogos de azar, por exemplo, é absolutamente discutível”, declarou Manssur.
“E as centenas de milhares de empregos já criados no país nesse segmento? Serão simplesmente perdidos, sem que saibamos se a regulamentação poderá combater eficazmente as externalidades negativas?”
A confiança de Manssur na regulamentação
O SPA publicou extensas regulamentações antes do lançamento no mercado, incluindo a proibição do uso de cartões de crédito para apostas e restrições à publicidade.
O SPA observou as regulamentações de jogos de azar em todo o mundo e teve como objetivo escolher o melhor de cada uma.
Como tal, Manssur acredita que as regulamentações do Brasil são agora consideradas entre as “mais modernas e restritivas” do mundo, alegando que regulamentações fortes levarão a “resultados muito mais significativos” do que simplesmente proibir as apostas.
“A regulamentação adequada reduz os casos de dependência, cria empregos e aumenta as receitas do país”, acrescentou.
Manssur também destacou o longo atraso entre a assinatura inicial da legalização para permitir as apostas em 2018 e a aprovação last do Senado em dezembro de 2023 como razão para as recentes preocupações com o bem-estar do consumidor e a atividade no mercado negro.