A Loteria do Estado do Rio de Janeiro (Loterj) está solicitando liminar para rejeitar uma ação do governo que busca proibir seus licenciados de operar fora do estado. Esta é a última de uma discussão jurídica entre o governo e o regulador estadual, depois que o procurador-geral entrou com uma ação na semana passada no Supremo Tribunal Federal. A Loterj contesta a ação, argumentando que seus licenciados têm jurisdição para operar nacionalmente.
Em outubro, o Tribunal Regional Federal decidiu a favor da Procuradoria-Geral da República (AGU), anulando uma decisão que permitia que operadoras licenciadas pelo estado oferecessem apostas fora das fronteiras do estado do Rio. Mas a Loterj mantém que seus licenciados têm o direito de operar em todo o Brasil.
A última ação do governo, assinada pela AGU e ajuizada na sexta-feira (11 de outubro), busca restaurar seu direito de common os jogos de azar em todo o Brasil, derrubando antigas regras que, segundo a Loterj, lhe conferem o poder de common nacionalmente. O mercado de apostas legais do Brasil está programado para entrar no ar em 1º de janeiro de 2025.
Em citações compartilhadas com a Folha, a AGU afirma que a Loterj atua fora de sua jurisdição. Também afirma que as regulamentações da Loterj sobre combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo não são suficientemente eficazes.
“A ação em nível nacional desobedece às normas do Ministério da Fazenda e invade a jurisdição da União ao operar serviços lotéricos em todo o território nacional”, disse a AGU.
A Loterj respondeu entrando com um pedido de liminar pedindo o levantamento da proibição de atividades em todo o país para marcas licenciadas pela Loterj.
A resposta da Loterj
No documento, a Loterj afirma ser basic esclarecer as “distorções deliberadas” cometidas pelo governo, principalmente em relação ao Edital de Credenciamento Loterj 01/2023, que permite que pessoas jurídicas credenciadas operem serviços públicos de loteria por até cinco anos.
Loterj insiste que o governo facilitou o crescimento do mercado negro ao adiar a regulamentação de apostas e jogos legais.
“É importante ressaltar que é justamente a conduta da União que tem criado um ambiente propício a práticas ilícitas, inclusive à lavagem de dinheiro”, explicou Loterj.
O regulador estadual também criticou a publicação pela Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) de uma lista de operadoras e marcas aprovadas para continuar fazendo negócios antes do lançamento authorized no mercado.
Na opinião da Loterj, o cadastro cria um “precedente perigoso” de permitir que operadoras ofereçam jogos de azar sem autorização complete.
Diz que há algumas empresas na lista que estão sediadas em paraísos fiscais e que o SPA não fez o suficiente para avaliar integralmente as empresas aprovadas. Isso, afirma Loterj, poderia aumentar a lavagem de dinheiro e outros crimes relacionados ao jogo ilegal.
O que acontece agora?
Caso a ação do governo seja bem sucedida, a Loterj prevê que as receitas fiscais serão perdidas imediatamente. Também poderia criar um ambiente perigoso e confuso para os apostadores devido à falta de “supervisão eficaz” sobre quem está operando.
A ação do governo na Suprema Corte sinalizou a Esportes da Sorte, operadora que teve negada aprovação federal para operar por estar envolvida em um processo de lavagem de dinheiro. No entanto, a controladora da Esportes da Sorte adquiriu participação majoritária na ST Mushy, licenciada pela Loterj, em 8 de outubro, dando-lhe acesso para operar pelo menos no Rio de Janeiro.
Embora ainda não se saiba se o pedido de liminar da Loterj será atendido, ela afirma que seus licenciados podem continuar a operar em todo o Brasil.
A Loterj afirma que suas operações são protegidas pelo artigo 35-A da Lei nº 14.790, que regulamenta jogos de azar, que esclarece que os licenciados devem seguir a lei antes de portarias ou liminares.