O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) do Brasil contatou 17 operadoras de apostas solicitando esclarecimentos sobre seus planos para proteger consumidores vulneráveis.
Por meio da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), o MJSP solicitou nesta sexta-feira (1º de outubro) às empresas informações detalhadas sobre publicidade, bônus e restrições de acesso de menores a apostas no Brasil.
A Senacon também apelou às empresas para que expliquem os seus sistemas de monitorização e bloqueio para evitar apostas de menores e consumidores em risco de se endividarem.
Entre as 17 empresas contatadas estão as gigantes internacionais Betano e Betfair da Flutter Leisure, além de marcas locais como BetNacional – que em breve será propriedade da Flutter – e EstrelaBet. Eles terão até o dia 11 de outubro para responder com as informações solicitadas.
Segundo Wadih Damous, secretário nacional do Consumidor, o objetivo do pedido do MJSP e da Senacon é garantir que as empresas atuem dentro das restrições da lei.
“O aumento das práticas promocionais e dos bônus pode tornar os consumidores vulneráveis e expor os menores a um universo de riscos”, disse Damous.
Estudos alimentando o fogo antes do lançamento do mercado de apostas no Brasil
O pedido do MJSP surge em meio à crescente pressão sobre a indústria de apostas sobre o seu impacto sobre os consumidores em risco, especialmente no que diz respeito às crianças e àqueles que correm o risco de enfrentar problemas financeiros.
Em agosto, uma pesquisa realizada pela especialista em pesquisa de mercado Hibou estimou que 10% da população brasileira teve problemas financeiros decorrentes do jogo.
Então, um polêmico estudo da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) afirmou que entre aqueles que dedicam parte de seu salário ao jogo todos os meses no Brasil, 23% pararam de comprar roupas, enquanto 11% cortaram gastos com saúde e medicamentos. .
O estudo da SBVC levou a Associação Nacional de Jogos e Loterias a responder com uma carta aberta, na qual destacou dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostraram que as despesas de consumo das famílias aumentaram 1,3% no 2º trimestre em relação ao trimestre anterior , juntamente com um aumento anual de 4,9%.
Projetos de lei propostos para restringir e até proibir apostas
Faltando menos de dois meses para o lançamento do mercado authorized de apostas no Brasil, em 1º de janeiro de 2025, uma série de projetos de lei foram propostos com o objetivo de proteger apostadores vulneráveis.
O PL 3.718/2024, apresentado pelo senador Alessandro Vieira, limitaria as apostas entre grupos como idosos e inscritos no cadastro de dívida ativa ou de proteção ao crédito. Enquanto isso, o PL 3.745/2024, do deputado Elmar Nascimento, limitaria os gastos com apostas a 15% da renda mensal.
Em outubro, o senador Sérgio Petecão apresentou o Projeto de Lei 4.031/2024 para proibir totalmente as apostas on-line no Brasil, embora essa proposta tenha sido recebida com reações adversas.
O ex-secretário especial do Ministério das Finanças do Brasil, José Francisco Manssur, alertou que uma proibição seria um retrocesso, explicando que uma regulamentação adequada period a melhor maneira de proteger os apostadores de danos.
Com o mercado jurídico cada vez mais próximo, espera-se que o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva fale publicamente sobre as questões e como o governo planeia contrariar essas preocupações.
Muitos atribuem os problemas recentes ao longo atraso entre a assinatura inicial da legislação de apostas em lei em dezembro de 2018 e a aprovação last da Câmara dos Deputados em dezembro de 2023, que alguns na indústria consideram que deu lugar a uma proliferação de websites ilegais e a uma subsequente aumento de questões relacionadas com dívida fiscal e publicidade contenciosa.
A lista de empresas às quais o MSJP e a Senacon solicitaram informações é a seguinte:
Bet365 Betano KTO 1xBet Parimatch SportingBet BetNacional Superbet Rivalo EstrelaBet IO (Sportsbet.io) Wager Sul Betfair PixBetc Pix365 Esportes da Sorte VaideBet