Um novo projeto de lei no Brasil propõe a realocação do imposto sobre apostas, de forma que 10% sejam destinados ao financiamento do setor de saúde do Brasil, enquanto a contribuição para o turismo poderia ser reduzida.
A Lei nº 14.790/2023, que legalizou as apostas esportivas e os jogos de azar no Brasil, fixou a alíquota das operadoras em 12% da receita bruta do jogo (GGR), sendo que 28% iriam para o setor de turismo.
Desses 28%, 22,4% deveriam ir para o Ministério do Turismo, enquanto 5,6% seriam destinados à Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur).
Em contraste, o sector da saúde deverá receber actualmente apenas 1% do whole das contribuições fiscais para fazer face aos “danos sociais” que muitos políticos acreditam resultar das apostas.
O último projeto de lei PL nº 3.793/2024, apresentado no Congresso brasileiro, reduziria as contribuições fiscais do jogo para o setor de turismo para 19%, ao mesmo tempo que aumentaria as contribuições para o Ministério da Saúde para 10%.
Beneficiaria os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), o Programa de Saúde Psychological e Atenção Psicossocial (PNSM) e a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), além de outras iniciativas que ampliariam o acesso da população brasileira ao tratamento de saúde psychological, afirma o deputado federal Ismael Alexandrino quem está liderando o projeto.
Aumento do imposto de saúde visa aliviar os temores sobre os danos do jogo
Alexandrino afirma que a proposta é uma “medida essencial e urgente” para acabar com o vício do jogo no Brasil.
Um polêmico estudo da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) divulgado em junho afirmou que dos brasileiros que dedicam parte de seu salário ao jogo todos os meses, 11% reduziram seus gastos com saúde e medicamentos.
No projeto de lei, Alexandrino descreveu o Brasil como estando em uma situação “alarmante”, já que vários outros políticos, incluindo o presidente Lula, sinalizaram o impacto que as apostas estão tendo sobre as pessoas vulneráveis.
“A aprovação desta proposta é elementary para proteger a saúde da nossa população e garantir que os recursos das apostas esportivas sejam utilizados para promover o bem-estar e a qualidade de vida dos brasileiros”, diz o projeto.
Sector do turismo deverá beneficiar da legalização fundiária
O projeto de lei ainda faria com que o setor do turismo recebesse uma contribuição considerável do imposto sobre o jogo. Esses cofres poderiam ser aumentados ainda mais caso a legalização dos jogos de azar em terra ultrapassasse os limites.
O PL 2.234/2022, que legalizaria cassinos, bingos, jogos do bicho e apostas em corridas de cavalos, ainda precisa ser votado pelo Senado após receber aprovação preliminar da Comissão de Justiça e Cidadania em junho.
Se essa legalização ultrapassar os limites, no entanto, a indústria do turismo no Brasil seria um dos setores que mais se beneficiaria dela.
Celso Sabino, ministro do Turismo do Brasil, acredita que isso daria um impulso muito necessário à indústria, ajudando centros turísticos menores e descentralizando os principais resorts turísticos do Brasil.
Alex Pariente, vice-presidente corporativo sênior de operações de cassinos e hotéis da Laborious Rock Worldwide, acredita que esta legislação será um momento essential para fornecer uma ajuda bem-vinda ao setor de turismo do Brasil.
“O Brasil é um país absolutamente lindo e muito diversificado”, disse Parente ao iGB. “Há absolutamente tudo o que há para ver no Brasil, mas ainda não temos uma política de turismo clara, desenvolvida e sustentada, que possa ser consistente com a atração de turistas para o país.”