Em uma carta aberta de segunda-feira (16 de setembro) da Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL), as operadoras de apostas no Brasil reagiram às alegações de que os jogadores estão financiando irresponsavelmente seus hábitos.
O órgão comercial de apostas está tentando refutar as recentes alegações de que os apostadores estão sacrificando gastos em compras necessárias, como roupas, alimentos e medicamentos, para financiar seus hábitos de jogo.
A carta aborda um polêmico estudo da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) que afirma que 23% daqueles que dedicam parte de seu salário mensalmente ao jogo pararam de comprar roupas, enquanto 19% pararam de fazer compras em supermercados e 11% reduziram seus gastos. gastar com cuidados de saúde e medicamentos.
No geral, 63% dos brasileiros que jogam on-line disseram que seu salário foi “comprometido pelo jogo”. O estudo datado de julho teve uma amostra de 1.337, embora apenas 508 deles tivessem jogado antes.
A pesquisa teve um alcance aparentemente vasto no país e resultou em críticas da mídia nacional ao setor de apostas.
A ANJL, que representa as principais empresas locais, como Betnacional e Aposta Ganha, reagiu à pesquisa, destacando dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que mostram que as despesas de consumo das famílias no país aumentaram 1,3% no segundo trimestre em relação ao anterior trimestre. Em relação ao ano anterior, aumentou 4,9%.
O consumo das famílias é definido pela OCDE como “todas as compras feitas pelas famílias residentes para satisfazer as suas necessidades quotidianas, incluindo alimentação, vestuário, rendas, energia, transportes, saúde, lazer e serviços diversos”.
“Alegações de que a indústria de apostas é responsável por uma suposta redução do consumo dos brasileiros ou pelo aumento do nível de endividamento são infundadas”, disse a ANJL.
Mas, acrescenta, o sector “não fez vista grossa” aos poucos casos de dependência do jogo que foram reportados.
“Para demonstrar seu compromisso [to player protection]os operadores estão a organizar campanhas de sensibilização e educação para os apostadores, reiterando a mensagem de que os jogos on-line e as apostas desportivas devem ser considerados formas de entretenimento e não uma fonte de rendimento.”
ANJL reitera compromisso com jogos de azar mais seguros
Outro ponto de crítica contra o setor de jogos de azar no Brasil tem sido o medo do crescimento do mercado negro, já que longos atrasos regulatórios resultaram na proliferação de websites não licenciados.
A ANJL está confiante de que o mercado regulamentado, com lançamento previsto para janeiro de 2025, proporcionará um ambiente seguro aos jogadores. Reconhece que os atrasos regulamentares resultaram num aumento de “casas de apostas aventureiras sem compromisso com a integridade e a responsabilidade”.
“Com a entrada em vigor do mercado regulamentado, o Brasil terá um ambiente seguro para apostas, com regras claras e medidas punitivas para quem desrespeitar o foco principal das operações: o consumidor”, explicou a ANJL.
A ANJL respondeu àqueles que acredita estarem a criticar injustamente o sector do jogo, acreditando que isso apenas serve para encorajar os operadores do mercado negro.
“Trabalhar contra a regulação é o mesmo que apoiar a permanência de websites ilegais no país, sem a menor preocupação com as boas regras do mercado regulado”, acrescenta a ANJL.
“Significa empoderar aqueles contra quem o governo luta, as empresas sérias lutam e a sociedade deve lutar.”