O iGB detalha alguns dos principais requisitos da mais recente portaria de jogos on-line do Brasil, incluindo a permissão de slots e jogos intensivos.
A aguardada Portaria Normativa nº 1.207 foi publicada no Diário Oficial da União na quarta-feira, 31 de julho, fornecendo requisitos técnicos claros para quem busca uma licença de apostas on-line.
Faltam menos de três semanas para o encerramento da janela inicial de preferência de 90 dias para pedidos de licença de apostas, embora apenas cinco tenham sido apresentados até o momento. Mas espera-se um afluxo de interesse agora que as regras dos jogos on-line foram confirmadas.
O CCO da Aposta Ganha, Hugo Baungartner, espera que esta última portaria seja o catalisador para a aplicação pela maioria das operadoras.
A secretaria de prêmios e apostas (SPA) publica regulamentos desde abril, quando foi anunciada uma implementação em quatro fases para o last de julho.
Entre as regulamentações já anunciadas estava a proibição do uso de cartões de crédito e criptomoedas para apostas, bem como um imposto de 15% sobre ganhos de jogadores acima de R$ 2.824 (£ 437,77/€ 508,05/$ 547,25).
Além da última portaria, novas regras sobre advertising, contribuições governamentais e jogo responsável também foram publicadas esta semana.
Quais jogos serão permitidos no Brasil?
Aprofundando-se nos detalhes da Portaria Normativa nº 1.207, slots on-line e jogos de cartas como blackjack e pôquer serão permitidos no mercado de apostas licenciadas, juntamente com a roleta.
Os jogos crash também serão legais no Brasil, embora devam ser aleatórios e não distribuir prêmios com base na habilidade do jogador. Os valores máximo e mínimo do multiplicador de prémios devem ser claramente apresentados, bem como a frequência com que o mesmo aumenta.
A portaria estabelece que cada jogo deve pagar aos jogadores um RTP mínimo de 85%, com o prêmio máximo anunciado sendo ganho pelo menos uma vez em 100 milhões de jogadores.
Notavelmente, o polêmico jogo Fortune Tiger também será permitido no mercado, apesar de influenciadores terem sido recentemente presos no Brasil por promoverem o jogo para seus seguidores. O jogo é extremamente conhecido no mercado, em parte devido aos afiliados questionáveis que enviam spam para contas de mídia social.
Apesar de poucos jogadores ruins nos setores, Thiago Balieiro, vice-presidente de pessoas e desempenho nas Américas da plataforma de loteria native Sorte On-line, disse recentemente ao iGB que a maioria das operadoras locais já implantaram ferramentas sofisticadas de conhecimento do seu cliente (KYC) e de prevenção.
“Temos alguns desafios institucionais e acho que isso é ponto comum para todas as empresas do mercado garantir que a população brasileira entenda que, embora sejamos uma indústria do entretenimento, prestamos muita atenção aos programas de combate à lavagem de dinheiro”, disse Balieiro. GB.
“Prestamos muita atenção para conhecer o seu cliente e prevenir o vício em jogos. Existem muitas estruturas e acho que a regulamentação está realmente focando nisso para evitar todos os problemas que o vício em jogos pode causar na população.”
Provedores de jogos devem buscar certificação oficial de SPA
Os jogos on-line B2B e os estúdios de jogos ao vivo devem ser certificados por uma entidade reconhecida pelo SPA e manter certificados válidos durante a operação. Esses certificados precisarão de revalidação caso “componentes críticos” sejam alterados.
As operadoras que utilizam plataforma de jogos de terceiros deverão apresentar certificado de integração entre os dois sistemas.
A portaria estabelece que o resultado dos jogos on-line deve ser determinado por um evento futuro aleatório com um gerador aleatório de números, símbolos, figuras ou outros objetos.
Os operadores também devem apresentar uma tabela de pagamentos, mostrando todas as possibilidades potenciais de ganho, aos jogadores antes de apostarem.
Requisitos de sessão de jogo on-line
As plataformas de jogos on-line devem informar os jogadores sobre todas as opções de jogo disponíveis. Essas tabelas de pagamentos não devem ser “enganosas ou injustas”, mostrando potenciais prémios de forma clara.
Os apostadores não devem ser forçados a apostar mesmo que tenham selecionado um jogo e os ecrãs de jogo predefinidos não devem mostrar o prémio mais elevado anunciado, a menos que esteja diretamente relacionado com o último jogo disputado.
Quanto ao on line casino ao vivo, o regulamento estabelece que os estúdios devem ter um native designado com controlos de segurança física suficientes para garantir que apenas pessoal autorizado tenha acesso.
Os provedores devem operar sistemas de vigilância com visualização “contínua e desobstruída” de todos os jogos ao vivo.
Todos os jogos on-line devem ser gravados para confirmar que as regras e procedimentos foram cumpridos, com as filmagens disponíveis para revisão pelo agente de apostas ou pelo SPA caso seja apresentada uma reclamação. Essas filmagens devem ser mantidas por pelo menos 90 dias após a realização dos jogos.
Na sexta-feira (2 de agosto), o iGB traz um resumo de outras quatro portarias que foram publicadas no Brasil esta semana.