O Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil manteve por unanimidade a medida emergencial do ministro Luis Fux para proibir apostas com auxílio da previdência social e anúncios de jogos de azar direcionados a menores.
Após a conclusão de uma audiência de dois dias no STF que teve como objetivo explorar os impactos das apostas no Brasil nesta semana, o ministro Fux do Supremo Tribunal Federal, na quarta-feira (13 de novembro), pediu a proibição de jogos de azar com cheques da previdência social do Bolsa Família, bem como anúncios de apostas direcionados a crianças.
O pedido de Fux para que o presidente do STF, Luis Roberto Barroso, convocasse uma sessão digital extraordinária do plenário da Câmara dos Deputados foi atendido, mas a audiência foi adiada após uma explosão em frente ao STF em 13 de novembro, na qual um homem foi morto. O plenário é o órgão deliberativo máximo da Câmara dos Deputados.
O tribunal votou ontem (14 de novembro) pela adoção imediata das medidas de Fux, antecipando-as da introdução anteriormente esperada em 1º de janeiro de 2025. Esta também é an information prevista de lançamento das apostas legais no Brasil.
Medidas visam amenizar temores sobre apostas no Brasil
Todos os 11 ministros que compõem o plenário votaram a favor das ações de Fux em meio à reação contra o setor de jogos de azar, com temores sobre o impacto das apostas na saúde financeira e social dos brasileiros.
Em setembro, o Banco Central do Brasil revelou que 20% dos recursos do programa Bolsa Família foram gastos em jogos de azar on-line em agosto.
A proibição do uso da previdência social para apostas recebeu apoio de grande parte do setor, incluindo a Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL).
A ANJL classificou as medidas como “positivas e necessárias”, mas afirmou que estão “alinhadas com o jogo responsável, defendido pelo [legal] mercado de apostas e jogos on-line”.
Audiência no STF
A audiência no STF foi convocada depois que o terceiro maior sindicato do Brasil, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), entrou com uma ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) com o objetivo de derrubar as leis de apostas no país.
A CNC afirma que as Leis nº 14.790/2023 e 13.756/2018 são inconstitucionais, e Fux afirma que serão apreciadas no primeiro semestre de 2025.
Vários membros importantes do setor de apostas do Brasil falaram na audiência, com a indústria compartilhando sua opinião de que declarar as leis de apostas inconstitucionais serviria apenas para fortalecer o mercado negro no país.